sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Quem é? Quem é? Quem é?

Para alegria geral da nação bizarra, vou revelar quem é a estranha figura que apareceu no post anterior com a legenda: "Fodam-se!" na foto.
Trata-se do nobre parlamentar deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Porque ele desceu a tão baixo patamar de linguagem? Assista no vídeo abaixo ou leia a matéria que fiz para meu Jornal-Mural mais abaixo.



Anistia beneficia criminosos
Quinta-feira, 7 de agosto. Manifestantes da UNE e do grupo Tortura Nunca Mais de Goiás, protestam diante do Clube Militar, no centro do Rio de Janeiro, onde oficiais debatiam a possível revisão da Lei de Anistia, promulgada em 28 de agosto de 1979 para conceder perdão a crimes políticos ou praticados por motivação política. A lei revisada poderia levar a julgamento os acusados de torturar presos políticos durante a ditadura.

Chile e Argentina já reviram suas leis de anistia e puniram os criminosos. De acordo com a Convenção Interamericana de Direitos Humanos e a Convenção Contra a Tortura da ONU, das quais o Brasil é signatário, tortura não é um crime anistiável. É um crime contra a humanidade classificado juridicamente no mesmo status de genocídio e limpeza étnica. Uma característica destes crimes é que nenhum país tem o poder legal de perdoá-los.

No meio da manifestação, vozes contra o terrorismo. São militares tentando justificar os métodos da repressão.
- Mataram meu irmão de 15 anos, ele não era terrorista, diz Waldomiro Batista, Presidente do Tortura Nunca Mais de Goiás, a um militar reformado.

Um militar bem apessoado aparece pedindo silêncio para falar. Jair Bolsonaro, Deputado Federal (PP-RJ), dirige-se à imprensa e aos manifestantes:
- O grande erro foi torturar e não matar.
Os manifestantes silenciam chocados. Mas, logo reagem e recobram a fala. Sob um coro de “Punição já”, o deputado se retira dizendo: “Fodam-se!”

As cenas descritas acima aparecem em um vídeo no You Tube. Ontem li na revista Veja a matéria que saiu em agosto sobre o caso. Não citava o desrespeito vexatório do parlamentar em questão. Tendia claramente a defender os militares em uma tentativa de ridicularizar o ministro Tarso Genro por defender a punição de torturadores do regime militar. Vocês podem conferir a reportagem aqui.

O jornalista Alexandre Garcia, que foi assessor de imprensa do presidente Figueiredo, o último militar no poder, chuta o balde sobre a Lei de Anistia no Bom Dia Brasil:
- Foram previstas garantias para criminosos, como se fossem para proteger perseguidos políticos. Um paradoxo da Constituição democrática. E agora ela estimula a impunidade e o crime.

Pedro Doria, também jornalista, reitera em seu blog: “Os torturadores do Brasil enfrentarão a Justiça cedo ou tarde. A única dúvida é se haverá tempo para que a Justiça seja feita com alguns deles vivos”.

2 comentários:

Marília Lila disse...

Bacana a matéria, JK!!!! E necessária! Recebi, dias atrás, email de um ex-aluno cujo título era "Bolsonaro é o cara!". Acho que ele não gostou muito da resposta que levou - mas não faz mal, ele também deve achar que o "Roberto Jefferson é o cara" e por aí vai. Isso dá uma tristeeeeza... Mas aí, li o seu post e continuei na certeza de que as coisas têm jeito sim! Asquerosos como o Bolsonaro e seus fãs existem, mas vão ter que disputar o espaço com pessoas inteligentes, éticas e decentes, como vc. Beijão!

Anônimo disse...

Assim fico sem jeito, hehehe