domingo, 3 de agosto de 2008

Era um cão muito feliz

Quem acompanha o UniB desde o início, talvez se lembre do Fritz, meu cãozinho gigante, quando eu postei aqui no blog sobre ele. Isso foi em 2004, quando ele era só um filhotinho e adoeceu misteriosamente, ficou 10 dias internado e se recuperou milagrosamente, contra todos os prognósticos médicos.
Fritz era um cão feliz, um eterno filhote. Tinha ânsia de liberdade, não gostava de ficar preso, nem por uns instantes, quando era preciso tirar o carro da garagem. Corria atrás de borboletas e latia para os passarinhos. Corria sem parar, como se quisesse viver tudo o que podia de uma vez só. Corria que nem um doido e quando estávamos dentro de casa ele ficava batendo na porta com a pata na esperança de que alguém viesse brincar com ele.

Ontem ele estava na garagem. Em sua eterna filhotice abriu a enorme porta de ferro, aproveitou uma brecha no portão da frente e saiu trotando pela rua faceiro de sua esperteza, enquanto todos saíam correndo atrás desesperados.

Não deu tempo de alcançá-lo. Ele quis atravessar a rua e uma moto que passava devagar próximo ao meio fio o apanhou em cheio no pescoço. Ele cambaleou e caiu, sem chorar, sem entender. Mas, não podia mais levantar, o estrago já estava feito. Meu pai o trouxe de volta e enquanto minha mãe acionava o veterinário, ele se despedia com seu olhar sempre expressivo. O mesmo olhar que um dia eu li pedindo para viver, se despediu de sua vida.

E se hoje não consigo postar nada engraçado é porque a minha luzinha se apagou.

Meu enorme cãozinho se foi, tão rápido que parece irreal. Como irreal é a dor que sinto por não vê-lo mais à porta onde ele sempre vinha nos recepcionar pulando feliz e abanando seu enorme rabo. Sujava a nossa roupa e quase nos derrubava de tanta alegria. Ele agora deve estar na matilha de Hécate, que o salvou quando era filhote para que aprendêssemos com ele que toda vida tem um grande valor e deve ser respeitada.

Sua vida tão curta nos ensinou muito e seu olharzinho meigo vai continuar no meu coração. E na minha memória vão ficar os tantos momentos com esse cãozinho especial, meu eterno filhote, que era tão feliz e corria, corria, corria...

Um comentário:

Ellen disse...

Embora eu não conhecesse o Fritz do post anterior fiquei muito triste quando li o texto... lembrei do meu gatinho, Mingal, que morreu atropelado há muitos anos. É muito triste mesmo, amigo. Mas restam as boas lembranças, né?
Nem sei o que dizer, só sei que entendo muito bem =/