quarta-feira, 1 de maio de 2024

Manezinho, povo mesquinho

 Minha rima é válida, porque é real. Basta ver um velho morrer no Ribeirão da Ilha pra já notar a mesquinheza do povo manezinho, esse que nasce na ilha de Santa Catarina, Florianópolis para os menos chegados. 

O defunto mal esfriou, às vezes o passante nem morreu, e lá vai os parentes procurar saber o que vão ter de herança. Nunca vi povo mais mesquinho nas minhas andanças pelo Brasil. Enriquecem à custa de herança, se desentendem por herança, matam por herança. 

Trabalhar que é bom, aí é difícil, porque manezinho bom é manezinho preguiçoso. Reclama de tudo. A tainha alheia é sempre maior. Os turistas infestam nossas praias, mas vamos aumentar o valor dos aluguéis pra explorar o pobre coitado de férias. 200 reais um prato de peixe numa dessas vias gastronômicas. Vamos vender os terrenos herdados para construir condomínio e ah, plano diretor, preservar a mata pra quê? 

É, se fosse pelos manezinhos a ilha de Floripa já teria virado a Ilha de Páscoa, inerte, sem vida, sem árvores, só com ilhéus "típicos" pra cobrar caro numa tainha xôxa e num hotel de besta. O atendimento ao cliente tão ruim que o cliente quase pede desculpe por comprar. 

Esse é o manezinho. 

Ah, mas você só foca na negatividade, deve ter coisa boa. Coisa boa só quando o manezinho vai embora da ilha. Porque daí, pode ser que ele tenha um choque cultural e comece a enxergar sua pequeneza diante do mundo e ser menos mesquinho. 

Pois é, só que isso não acontece. Não com o manezinho. Olha bem, Floripa é um paraíso. Minha tainha vai ser sempre melhor que qualquer peixe metido a besta. 

Então, é isso, não tem coisa boa. Nem manezinho morto é manezinho bom, porque os parentes, os mesmos que querem só a herança do defunto, só falam mal da criatura. 

Eles dão um jeito de se autodestruírem. 

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