segunda-feira, 10 de junho de 2024

A capacidade humana de ser uma eterna criança fingindo ser um adulto

 Tenho escrito muito aqui sobre comportamento e várias vezes menciono a infantilidade nas relações e comportamentos humanos. Esta é uma constante que, por vezes, negamos que exista em nosso próprio comportamento. Mas está sempre lá. 

Porque a criança em nós é o Id. Sabe, da Teoria da Personalidade, descrita por nosso estimado companheiro de insônia e psicanálise, Sigmund Freud. Para resumir esta teoria, o Ego, o Superego e o Id são instâncias que formam a psique humana e vivem brigando entre si

O Id é a criança que só quer comer, brincar, cagar e prazeres da vida. O Ego é o que vai dar uma controlada no Id para adequá-lo à vida real, que precisa de convívio social, logo, algumas regras. E o Superego é o sábio em nós, tentado mostrar ao Id e ao Ego que existe mais do que necessidades básicas na vida. 

Aí, vai umas piadas sobre isso: 

O que disse o ego para o id? Não pense apenas em você mesmo! 

O que disse o superego ao id? Senta lá, Id! 

Por que o ego e o superego nunca saem para a noite? Porque eles são muito egoístas! 


Então, voltando para nossa divagação, a eterna criança em nós, esse Id, é quem sempre estraga tudo: os relacionamentos, suas metas, de trabalho, de estudos, de dieta, de qualquer coisa que exija um pouco de esforço. A pessoa com o Id dominante vive querendo apenas que seus desejos sejam atendidos e quando isso não acontece, se frustra como a criança que é. Às vezes isso aparece em formas bem elaboradas, como um mau humor, uma sabotagem, uma vingança. Mas outras vezes, vem em forma de birra, gritaria e raiva descontrolada. 

É possível enxergar essas nuances apenas se nós temos uma caminhada de autoobservação. Porque primeiro devemos olhar a coisa em nós, para depois observar nos outros. E claro, aprender a dominá-la nos ajuda a sermos humanos melhores. 

Mas, mesmo depois de uma boa dose de dominação do Id, mesmo sendo uma pessoa controlada e bastante Superego, sim, no fundo somos apenas crianças fingindo ser adultos. E quando a gente se pega chutando o balde é porque a criança birrenta, o Id tá no controle. Mas o pior é que a gente raramente se pega chutando o balde, a gente já se pega com o balde chutado e a merda toda feita. 

Então, se temos um Superego exigente, ficamos nos cobrando: porque não parei o pé antes de chutar? Mas nosso Ego vem e diz: ok você chutou por motivos nobres. E assim, a briga segue. 

No final das contas, na maioria das vezes o Id ganha. A chutação de balde continua, às vezes piora até um extremo, aí vem o Ego dá uma mediada, mas o Id é quem domina o mundo. Porque a gente consegue ver o Id nas ações dessas pessoas poderosas e bizarras, como o Putin, o Trump, Kim Jong-Un, Nicolás Maduro (engraçado, são todos homens!). 

A gente consegue ver a carência afetiva imensa dessas pessoas e o quanto precisam dominar, mostrar para o mundo, exibir seu poder, como um menino de oito anos que mostra o pinto para as meninas porque descobriu que isso causa certa comoção. 

Lógico que o pinto do menino de oito anos é um simbolismo para o que essas figuras mostram em termos de armas fálicas, obeliscos fálicos, topetes fálicos, bigodes fálicos, várias demonstrações de pintos infantis em obras adultas. Símbolos de adultos mal resolvidos e carentes

O Id é o que mostra que a humanidade não vai evoluir. Seremos todos eternas crianças birrentas, mostrando as genitálias como forma de chamar a atenção. 

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