sábado, 8 de junho de 2024

Por que sempre brigo com todo mundo - o rato interior de cada um

 Ontem, saí com alguns amigos para um rodízio de sopas. Um deles, engenheiro civil, está cuidando de uma obra cujos pedreiros dão muito trabalho, a despeito de seus esforços. E nesta semana, ocorreu uma briga entre dois dos pedreiros. O motivo: ignorância. 

A principal vulnerabilidade humana é a ignorância. Ignorar suas emoções, que são o principal condutor de seus pensamentos. As ações que o pedreiro que primeiro atacou tomou foram fruto de ignorar o que realmente ele sente em relação ao outro. Qual é sua necessidade? Dominar? Amar? Quer ser reconhecido? Ou apenas enxerga no outro algo que gostaria de ser e falha miseravelmente, por isso desconta sua frustração nele? 

A formação em engenharia falha em muitas coisas, a principal é que ninguém ensina a esses pobres profissionais que terão de ser psicólogos para mediar conflitos na equipe. Que trabalhar com acadêmicos é até fácil, pois eles são razoavelmente menos ignorantes emocionalmente. Mas trabalhar com trabalhadores de escolaridade baixa é extremamente problemático. 

É o nível mais baixo da roda dos ratos. Aquele nível em que eles apenas correm, correm e nunca chegam nem na ilusão de que vão chegar, pois são dependentes de seus vícios e paixões. Muitos são literalmente viciados, álcool, drogas, pornô, música ruim com péssimas mensagens (leia-se sertanejo popular e funk pessimista). 

Este blog não é nenhum meio de auto ajuda, pelo contrário. Estou aqui para provocar, distribuir tapas na cara, com verdades difíceis de digerir. E iningolíveis. 

Então se você é dessas pessoas que briga com todo mundo, esteja bem certo que o problema é todo seu. Você é a pessoa ignorante que implica por um copo de refrigerante, porque não reconhece que sente a necessidade de dominar. É uma criança frustrada que nunca dominou merda nenhuma na própria vida, por isso, esbraveja com todo mundo, culpando deus e o mundo por sua péssima educação e autopercepção. 

Se você briga com todo mundo, tenha certeza de que é uma pessoa patética. As pessoas inteligentes olham para você com pena. Você jamais será melhor que um pobre inseto tentando chegar na luz e morrendo ao se deparar com o calor dela. Você nem mesmo está pronto para a luz. Provavelmente a coisa mais perto de melhoria pessoal que vai conseguir será trocar seus vícios em álcool, drogas, pornô e música ruim por uma dessas igrejas evangélicas de brejo, que te oferecem a salvação fácil: basta acreditar e seu deus imaginário, benevolente, porém vingativo. 

Claro que existe outro caminho, mas este, uma pessoa ignorante, que briga com todo mundo por mesquinharia não está disposta a alcançar. Porque este caminho significaria abrir mão da fuga confortável dos vícios. Implica sentar-se e ouvir o que tem dentro de si. Entender seu demônios e começar a domá-los um a um. 

Ah... este é um processo lento, difícil e doloroso, conhecido como zen

O quê? Você achou que zen fosse calmo, lindo e tranquilo? Vou puxar seu tapetinho imaginário de conto de fadas. Não é. 

E é por isso que nunca tem muita gente praticando, meditando. Porque quando percebe que é dureza, pula fora, vai procurar a paz nutella, o mindfulness, Yoga na prática física, coisas assim que só iludem a mente com uma pseudopaz. Ou as igrejas cristãs com seus salvadores imaginários. Se você gosta de ser a eterna donzela em perigo que precisa de um salvador, seu caminho é este. Iluda-se com seu príncipe. 

Agora, se você quer mesmo dominar sua vida e suas emoções e não ser dominado por elas, o caminho é matar seu salvador e salvar a si mesmo. Matar metaforicamente, é claro, num processo de libertar -se desta ideia ilusória de que "alguém tem que me ajudar", "eu sou especial", "sou do povo escolhido". 

Essa ideia falsa e aprisionante de que sua vida depende de uma figura externa a você, mais poderosa, mais magnânima e mais inteligente, que vai te pegar pela mãozinha ou te carregar no colo quando você precisar. Isso, que você chama de deus, de guru, a figura da mãe, do pai, do chefe, do governo, do protetor, do salvador, não existe. É só sua imaginação. 

Claro que não é porque é sua imaginação que é falso. Pelo contrário. A imaginação é um ativo muito poderoso que os humanos possuem e que pode construir e destruir a si mesmo e ao mundo. E é por isso que devemos entendê-la e dominá-la. 

Porque se deixar a imaginação nos dominar, seremos eternamente os ratos correndo na rodinha, esperando chegar a algum lugar indicado por nosso salvador, o príncipe encantado, a mãe, o pai, seu deus, seu guru. Nunca botaremos a cabeça pra fora desta gaiola. 

A imaginação é um domínio humano e quando não a controlamos, são as convenções sociais que a controlam, a cultura popular incute imagens na nossa mente e nos tornamos apenas ratos obedientes. E temos até a ilusão de ter liberdade, pois o pão e o circo (leia como sextou, churrasco, álcool, drogas, pornô e música ruim) é permitido aos ratos no fim de semana. 

Então, se você quer continuar sendo um rato obediente e frustrado, que briga com todo mundo e acha que é porque a culpa é deles de te encherem o saco, continue correndo infinitamente, sextando obedientemente, alimentando seus vícios como um bom seguidor capitalista do consumo feliz. Continue sua vidinha de rato. 

Mas não sei... talvez você queira liberdade de verdade. Dói e é solitário, muitas vezes. Mas depois de algum tempo, a felicidade construída na verdadeira liberdade não morre, não depende de nada externo, é cultivada e mantida dentro de si. E ninguém lhe tira. 

A escolha é sua

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