terça-feira, 20 de agosto de 2024

Dramas adolescentes, TV, séries e animes inclassificáveis

Estou a fim de escrever sobre entretenimento de TV, porque reparei que as séries que tratam de temas escolares e normalmente giram em torno do drama escolar adolescente, podem ser categorizadas em dois subgêneros. 

Elas exploram os conflitos internos e externos desta fase da vida, como bullying na escola, conflitos e dificuldades de relacionamento com colegas, amigos e pais, primeiras experiências sexuais, conflito de gerações, dificuldade em entender as próprias emoções, baixa autoestima, mudanças no corpo, escolha de carreira profissional e ansiedade em relação ao futuro. 

Todo mundo aqui já passou por isso e vai lembrar destes dramas, por isso o gênero não é exatamente voltado para o público adolescente, mas para jovens adultos, principalmente os que abordam questões mais adultas. Não por acaso, os elencos costumam ter idade variada. 

Depois de assistir pelo menos o primeiro capítulo de algumas séries, alguns filmes e animes, comecei a subdividir o gênero em dois:

- Subgênero adolescentes adultos
- Subgênero adolescentes infantis

No subgênero adolescentes adultos, a vida sexual importa e chega a ser plot central em alguns momentos. Ou está bem explícito nos diálogos e na interação entre as personagens. A descoberta da própria personalidade também é um assunto central e o consumo de álcool e drogas costuma ser bem explícito. O elenco é formado por jovens a partir de 18 anos, pois o temas abordados são mais sensíveis e geralmente têm censura 16+. 

Alguns exemplos: O Internato: Las Cumbres; Elite; Young Royals; High School Musical; Sex Education; Rebeldes; Euphoria; Awkward; Verônica Mars; On My Block; Heart Break High: Onde tudo acontece; Control Z; Sangue e Água. 

Já no subgênero adolescentes infantis, os dramas adolescentes que mais aparecem são autoestima, bullying, conflito de gerações, mudanças no corpo e autoafirmação no mundo diante da ansiedade em relação à carreira e futuro. O elenco é formado por adolescentes mesmo, pegos a partir de 11, 12 ou 13 anos. Por isso, os temas são tratados de forma mais leve, pois é feito para este público alvo e não tem censura. Além disso, ninguém quer traumatizar ou influenciar negativamente o público enquanto trata os assuntos normais da idade. 

Alguns exemplos são: iCarly; Wandinha (virou censura 16+ apenas pelas falas sarcásticas da personagem principal); Heartstopper; Love 101; Cobra Kai. 
Filmes: Escola de Rock; Curtindo a vida adoidado; Harry Potter; Meninas Malvadas (sim, tem censura 12+); 10 coisas que odeio em você. 

Algo interessante neste subgênero é que nas séries deste tipo, como os atores vão crescendo com a trama, é comum que os assuntos se tornem mais adultos com o tempo. 

É o caso de Harry Potter. A partir do terceiro filme, o enredo vai ficando menos infantil e os últimos filmes tiveram censura 13+ pela violência. iCarly é um caso interessante, se manteve no besteirol, pois o plot era de comédia, mas abordava muitos o tema de relacionamentos românticos, mas de forma mais inocente. 

E Meninas Malvadas coloquei nesta categoria porque apesar de tratar muito de romances, foca em conflitos de identidade e bullying. 


Alguns desses títulos eu assisti, a maioria pesquisei e perguntei por aí. Mas se você tiver algum para a classificação, põe pra jogo nos comentários. 

Séries inclassificáveis

Esses dias, resolvi assistir, meio por nostalgia ao primeiro episódio de Sailor Moon, o anime clássico dos anos 1990, cuja classificação indicativa é 10+. Uma série bobinha, infantil, com temas tolinhos de construção da personalidade com superpoderes. É isso? 

Gente, não! Os japoneses são meio estranhos nas narrativas que consideram infantis. Quem não se lembra de Yu Yu Hakushô e Dragon Ball? Séries para adolescentes que tinham muitas entrelinhas de conotação sexual. Algumas foram censuradas quando aportaram no ocidente. Mas para o público japonês, ok, ter nudes descarados, fazer menções a peitos, bundas, torres nos buracos. 

Sailor Moon no Brasil tem censura 14+ e vem com aviso de conteúdo sexual, temas sensíveis e linguagem imprópria. Pois é. Aí, entram duas reflexões minhas: ou é mesmo a linguagem japonesa que é diferente da ocidental e não liga para censura de temas assim; ou a série é antiga (1990) e como hoje a sociedade é muitíssimo mais careta, tacamos rótulos de censura em tudo que é lugar. 


Um pouco dos dois é o que eu penso. Mas sim, a sociedade careta em que vivemos é um saco. As crianças são protegidas de conteúdos assim por qual motivo exatamente? Porque uma mente infantil não vê conteúdo sexual em Sailor Moon. Mas pode ser influenciada pelo machismo e idealização do corpo magro que existem em praticamente todas as produções japonesas, coreanas e chinesas, desde sempre. 

A sexualização das personagens de anime que, concordo, é exagerada, pode ser uma influência ruim para as crianças. Mas a exposição das fotos de bebês desde o nascimento não é uma influência pior ainda? Pode, inclusive, ser usada por pedófilos digitais. Sinceramente, acho que isso traumatiza mais, por ser pessoal. 

Não quero encerrar a discussão com apenas essas parcas reflexões, por isso a deixo em aberto. Se alguém quiser emendar, fica à vontade. E se algum dia eu tiver vontade, volto a escrever sobre isso. 

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